Benefícios dos probióticos para a microbiota intestinal e sua adição em derivados lácteos e suplementos

Tainara Luisa de Lima, Simone Weschenfelder

Resumo


Probióticos são micro-organismos vivos que conferem benefícios à saúde dos seres humanos, e seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e a hábitos de vida saudáveis. O objetivo deste estudo foi verificar a diversidade de leites fermentados e suplementos com alegação de propriedade funcional por conter probióticos disponíveis em supermercados e farmácias da região do Vale do Sinos, Rio Grande do Sul, bem como apresentar os benefícios da ingestão de probióticos relacionados à microbiota intestinal. Foi realizada uma pesquisa nos supermercados avaliando-se rótulos de derivados lácteos (leites fermentados) que apresentavam probióticos. Para analisar a suplementação, foi realizada uma pesquisa nas farmácias da mesma região, verificando-se os suplementos com probióticos, as cepas e quantidades de micro-organismos presentes. Foram identificados seis tipos de leites fermentados e seis tipos de suplementos. Os benefícios dos probióticos sobre a microbiota humana incluem fatores como efeitos antagônicos, competição e efeitos imunológicos, aumentando a resistência a micro-organismos patogênicos. Apesar de existirem inúmeros estudos sinalizando os benefícios dos probióticos para a saúde, ainda há uma variedade muito pequena de alimentos e suplementos que os contenham e que estejam disponíveis no mercado.


Palavras-chave


micro-organismos benéficos; alimento funcional; flora intestinal.

Texto completo:

PDF

Referências


ANTUNES, A. E. C. et al. Probióticos: micro-organismos funcionais. Nutrire, v. 3, n. 32, p.103-122, 2007.

ARES, G.; GIMÉNEZ, A.; GÁMBARO, A. Consumer perceived healthiness and willingness to try functional milk desserts: influence of ingredient name and health claim”. Food Quality and Preference, v. 20, n. 1, p. 50–56, 2009. DOI:10.1016/j.foodqual.2008.07.002

BADARÓ, A. C. L et al. Alimentos probióticos: aplicações como promotores da saúde humana. Revista Digital de Nutrição, v. 3, n. 4, p. 396-410, 2009.

BEDANI, R; ROSSI, E. A. Microbiota intestinal e probióticos: implicações sobre câncer de cólon. Jornal Português de Gastrenterologia, v. 16, n. 1, p. 19-28, 2009.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 241, de 26 de julho de 2018. Dispõe sobre os requisitos para comprovação da segurança e dos benefícios à saúde dos probióticos para uso em alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, 27 jul. 2018. Seção I, p. 97.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed., 1. reimpr., 2014. 156 p.

BUJALANCE, C. et al. A probiotic strain of Lactobacillus plantarum stimulates lymphocyte responses in immunologically intact and immunocompromised mice. International Journal of Food Microbiology, v. 113, n. 1, p.28-34, 2007. DOI: 10.1016/j.ijfoodmicro.2006.07.014

CAMILLERI, M. Probiotics and irritable bowel syndrome: rationale, putative mechanisms, and evidence of clinical efficacy. Journal of Clinical Gastroenterology, v. 40, n.3, p. 264- 269, 2006.

COOK, M. T. et al. Microencapsulation of probiotics for gastrointestinal delivery. Journal of Controlled Release, v. 162, n. 1, p.56-67, 2012. DOI: 10.1016/j.jconrel.2012.06.003

COSTA, G. N. et al. Atividade antimicrobiana de Lactobacillus e Bifidobacterium frente a microrganismos patogênicos “in vitro”. SEMINA Ciências Agrárias, v. 33, n. 5, p. 1839-1846, 2012.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, WORLD HEALTH ORGANIZATION. Evaluation of health and nutritional properties of probiotics in food including powder milk with live lactic acid bacteria. Córdoba, 2001. 34p. Disponível em: ftp://ftp.fao.org/es/esn/food/probioreport_ en.pdf Acesso em: 29 abr. 2018.

KEMPKA, A. P. et al. Formulação de bebida láctea fermentada sabor pêssego utilizando substratos alternativos e cultura probiótica. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 28(Supl.), p. 170-177, 2008.

LAZADO, C. C. et al. In vitro adherence of two candidate probiotics from Atlantic cod and their interference with the adhesion of two pathogenic bacteria. Veterinary Microbiology, v. 148, n. 2-4, p. 252-259, 2011.

LIMA. E. T. et al. Evaluation in vitro of the antagonistic substances produced by Lactobacillus spp. isolated from chickens. Canadian Journal of Veterinary Research, v. 71, n. 2, p. 103-107, 2007.

MATSUMOTO, S. et al. Probiotic Lactobacillus-induced improvement in murine chronic inflammatory bowel disease is associated with the down-regulation of pro-inflammatory cytokines in lamina propria monoclear cell. Clinical and Experimental Immunology, v. 140, n. 3, p. 417-429, 2005.

MATTILA-SANDHOLM et al. Technological challenges for future probiotic foods. International Dairy Journal, v. 12, n. 2-3, p. 173-182, 2002.

MELO, T. A. et al. Levantamento e caracterização dos produtos probióticos disponíveis no mercado varejista da região metropolitana do Rio de Janeiro. Revista Rede de Cuidados em Saúde, v. 13, n. 1, p.1-13, nov. 2013.

PROTIC, M. et al. Mechanism of diarrhea in microscopic colitis. World Journal of Gastroenterology, v. 11, n. 35, p. 5535-5539, 2005.

RENHE, I. R. et al. Prebióticos e os benefícios de seu consumo na saúde. Revista Brasileira de Nutrição, v. 23, n. 2, p. 120-124, 2008.

SAAD, S. M. I.; CRUZ, A. G.; FARIA, J. A. F. Probióticos e prebióticos em alimentos: fundamentos e aplicações tecnológicas. São Paulo: Livraria Varela, 2011. 672 p.

SAAD, S. M. I. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 42, n. 1, p.1-16, mar. 2006.

SANTOS, F. L. et al. Utilização de probióticos na redução da anemia ferropriva. Diálogos e Ciência, v. 7, n. 4, p. 13-18, 2008.

SAZAWAL, S. et al. Efficacy of probiotics in prevention of acute diarrhoea: a meta-analysis of masked, randomized, placebo-controlled trials. The Lancet Infectious Diseases, v. 6, n. 6, p. 374-382, 2006.

SILVA, A. M. et al. Effect of Bifidobacterium longum ingestion on experimental salmonellosis in mice. Journal of Applied Microbiology, v. 97, n. 1, p. 29-37, 2004.

STEFE, C. A. et al. Prebióticos, probióticos e simbióticos. Saúde e Ambiente, v. 1, n. 3, p.16-33, jan. 2008.

TANNOCK, G. W. Studies of the intestinal microflora: a prerequisite for the development of probiotics. International Dairy Journal, v. 8, n. 5-6, p. 527-533,1998.

VINDEROLA, C. G.; REINHEIMER, J. A. Enumeration of Lactobacillus casei in the presence of L. acidophilus, bifidobacteria and lactic starter bacteria in fermented dairy products. International Dairy Journal, v. 10, n. 4, p. 271-275, 2000.

WILLIAMS, N. T. Probiotics. American Journal of Health-System Pharmacy, v. 67, n. 6, p. 449-458, 2010. DOI: 10.2146/ajhp090168.




DOI: https://doi.org/10.14295/2238-6416.v74i1.712

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.